"Uma atividade voluntária exercida dentro de certos e determinados limites de tempo e espaço, segundo regras livremente consentidas, mas absolutamente obrigatórias, dotado de um fim em si mesmo, acompanhado de um sentimento de tensão e alegria e de uma consciência de ser diferente de vida cotidiana." (Huizinga, Johan. Homo ludens: o jogo como elemento da cultura. 5ed. Saão Paulo: Perspectiva, 2007)
De todos os brinquedos que a vida me deu, o que mais me cativou foi o de jogar com as palavras. O jogo se faz completo quando escrevo e alguém replica, quando replico o que escrevem... É na intenção de reunir jogadores e assistência, que meu blog é feito.



sábado, 3 de maio de 2014

Em minha defesa*

foi ou não por distração?
ignorei a cabrocha e violão,
dediquei meu pensamento
para as estrelas do mar...
que mais ordenas poeta
para assim me condenar?

triste é o amor que não se doa
guardado no peito, feito infiltração
age como a maresia
cumprindo no dia a dia
seu trabalho de erosão.

espalham-se por aí
amores doentes de vingança
que gritam, choram, esperneiam
crianças mimadas
fingem querer
sem querer mais nada.

na ruína de meu castro
finco da paixão o mastro
com todo ardor que me apraz:
assim eu mantenho a cor
do tanto porque me dano,
se não me engano já te disse
o transborde do meu amar
é o meu plano de paz.

- eu pisava os astros distraída?
que seja, siga-se a vida
andando faço o caminho
esteja a carne maturada
assim como o desejo,
o queijo
e bom vinho.

*Para Roberto Mibielli

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